Vamos tomar como exemplo o Megaman 9, lançado há alguns meses pela Capcom. Um jogo ousado, com uma proposta super bacana, mas que nem todos engoliram: reacender o saudosismo de jogadores mais velhos, sendo feito com gráficos sons do Nintendo 8 bits. Nostalgia pura! No entanto, na ocasião de lançamento do jogo, uma supresa: já havia dois DLCs para ele. Isso mesmo, 2! Lançados juntamente com o jogo original! Agora aí vai a minha pergunta: já que este conteúdo (um nivel de dificuldade extra e a habilidade de se jogar com outro personagem, o Protoman) já estava pronto na ocasião do lançamento do game, porque já não veio incluído nele? Vê-se claramente que a Capcom desde o começo planejou lançá-lo a parte. O intuito? Faturar mais, é claro!
Onde quero chegar dizendo isso? Simples, com esta mamata de distribuição digital e a idéia dos DLCs, as desenvolvedoras estão cada vez mais criando jogos incomplestos, desmembrando-os em alguns pedacinhos e vendendo-os a parte, de maneira a faturar além do preço normal do produto. Isso me causa medo. Se esta situação assim continuar, daqui a pouco não haverá mais games em mídia física (um tendência que já aparece lá no horizonte) e nós teremos que comprá-los pelas redes online, em pedacinhos!
Além do mais, há o problema dos conteúdos que desequilibram os jogos. Cabe aqui ressaltar 2 casos. Em Tales of Vesperia, RPG do Xbox 360, existem vários DLCs que acrescentam dinheiro ao seu personagem, habilidades, itens mais difíceis de se obter e até mesmo sobem em 5 níveis todo o grupo. Qual o sentido disso? Ao invés de você se divertir ganhando níveis e juntando os itens que quer, você vai desembolsar uma grana para tê-los instantaneamente em seu jogo? Isso é um absurdo! E infelizmente há jogadores que pagam e acham isso normal...
O outro caso é o de Battlefield Bad Company, lançado em junho do ano passado para PS3 e X360. Na ocasião de seu desenvolvimento foi anunciado que algumas das melhores armas do jogo no multiplayer seriam vendidas à parte, por DLC. Imagine: você compra seu jogo, vai lá no multiplayer jogar com outras pessoas e se divertir, mas não consegue, pois morre toda hora para oponentes que desembolsaram uma grana a mais para ter tais armas. Aí ou você faz o mesmo, dando mais dim dim para a publisher do jogo (neste caso, a Eletronic Arts) ou se conforma em perder toda hora, pois achava que iria ser divertido simplesmente comprar o jogo na prateleira da loja e jogá-lo. Felizmente neste caso, os desenvovledores do jogo ouviram os protestos dos jogadores e resolveram incluir as chamadas Premium Weaponry no disco do jogo, sendo necessárias algumas ações para destravá-las, como aumentar de rank. Mesmo assim ficou a péssima impressão da tentativa de passar a perna no consumidor.
Por estes absurdos e temendo o caos que no futuro se instaurará por causa dos DLCs, só digo uma coisa: boicote já! Se as desenvolvedoras estão cada vez mais lançando estes conteúdos extras, é porque tem alguém pagando por eles. Para quem faz isso, um apelo: Pare! Não alimente esta indústria mercenária. Vamos tentar zelar para que nosso lazer preferido não fique a mercê de empresas sedentas para arrancar todo seu dinheiro e dar em troca conteúdo que poderiam perfeitamente oferecer de graça!
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