Inauguro a seção falando de Shining Force, do Mega Drive. Como tenho uma relação de amor com este jogo (conforme comentado aqui), nada mais justo que começar a ZR com este fabuloso RPG. Shining Force foi desenvolvido pela Climax Entertaiment, estúdio pertencente à Sega, que foi a distribuidora. O ano foi 1992, auge do Mega Drive. O jogo foi um dos pioneiros no gênero estratégia/RPG (ou RPG tático) nos consoles, ao lado de Fire Emblem. Foi precedido por Shining in The Darkness, primeiro jogo da série Shining, este um RPG mais tradicional, com exploração de calabouços. Gerou duas continuações e outros jogos da série Shining, a maioria do gênero RPG/Ação. Também foram lançadas versões para Sega CD e para o portátil Game Gear, embora nenhuma delas consiga ter o mesmo brilho do original. Em 2004, ganhou um remake, para Game Boy Advance.
História
Há muitos anos atrás ocorreu uma feroz batalha entre a Luz e as Trevas. As malignas hordas lideradas por Dark Dragon combateram guerreiros conhecidos como Ancients. Com o poder da Luz, os Ancients foram capazes de derrotar Dark Dragon e aprisioná-lo em outra dimensão.
Dez séculos se passaram e Dark Dragon foi esquecido. A paz reinava soberana no continente de Rune, até a nação de Runefaust declarar guerra às demais e iniciar um período de caos e medo. Hordas de criaturas malignas foram libertadas por todas as terras, promovendo grande devastação. As forças da bem combateram a ameaça, mas não elas eram fortes o suficiente. Precisavam de um herói. De alguém para empunhar novamente o poder da Luz.
Na cidade de Guardiana, um jovem, que há anos atrás foi encontrado perambulando pelo litoral, sem memórias ou rumo, treina para tornar-se um guerreiro. Ao seu lado, seu fiel amigo Lowe lhe aconselha e cuida de seus ferimentos. Certo dia, o rei de Guardiana, por intermédio de seu general Varios, convoca o jovem e mais um pequeno grupo de promissores guerreiros para uma missão importante: investigar um dos portões dos Ancients, sob proteção de Guardiana, que parece ter sido invadido pelas forças de Runefaust. Tal portão guarda uma das entradas para a dimensão onde Dark Dragon repousa em seu sono milenar. A ameaça de sua ressurreição faz com que o rei crie a Shining Force, destinada a impedir que isso aconteça a qualquer custo.
O jogo
Após a tela de título, somos apresentados a Simone. A menina, que aparece lendo um livro sobre a história dos Ancients e de Dark Dragon, é quem introduz o jogador à aventura. Nela é possível criar um novo jogo ou carregar o seu último jogo salvo. Simone age como uma espécie de Narradora, embora ela só apareça antes de carregar um novo jogo, depois de salvar seu jogo atual (e escolher não continuar a jogar) e no fim da aventura.
Ao escolher um novo jogo e devidamente nomear o personagem principal, o jogador é levado a Guardiana. Lá o personagem principal (que passaremos a chamar de Max, seu nome padrão) treina com o experiente cavaleiro centauro Varios. Após o mesmo ser convocado pelo rei, Max está livre para ser controlado. Aqui começa a porção exploradora do game. Você controla seu personagem pela cidade, falando com NPCs em busca de informações, comprando armas e itens na loja e buscando guerreiros para integrar a Shining Force (embora não neste comecinho).
Após um bate-papo com o rei, a Shining Force é formada. Seus primeiros integrantes são Lowe, um curandeiro, Hans, um arqueiro, Tao, uma maga, Ken, um cavaleiro e Luke, um guerreiro. Enquanto está nas cidades você tem acesso aos Headquarters. Neles, você obtém dicas para a próxima batalha com Nova, pode conversar com os membros de seu exército e recrutar ou deixar na reserva personagens à sua escolha. Seu exército titular (aquele que efetivamente luta) pode ter no máximo 12 integrantes. Só a partir do 3º capítulo, no entanto, sua quantidade de membros ultrapassará estes 12. Daí sim o jogador tem a escolha de abandonar alguns personagens da reserva em prol de outros que considere melhores. Isso pode ser tanto uma decisão tática, como sentimental. Para mim sempre foi mais sentimental mesmo. Há personagens de quem gosto tanto (como a Tao) e que não mando para reserva de forma alguma! xD
Após explorar a cidade, hora da batalha. Aí entra em cena a parte tática de Shining Force. Você controla seu exército por um cenário, como se fossem peças de tabuleiro. Cada personagem tem sua vez de agir e você pode movimentá-los até certa distância de acordo com suas estatísticas de mobilidade. Terreno também afeta este alcance de movimento. Centauros, por exemplo, são péssimos em florestas. Já criaturas e personagens que voam não são afetados pelo tipo de terreno, mas têm, em geral, defesas mais baixas. Ao mover seus personagens adjacentes aos seus oponentes (ou um pouco mais distantes, dependendo do tipo de arma ou ataque) você tem a opção de atacá-lo. Ao fazê-lo, a tela muda para uma animação de seu personagem atacando seu oponente. Uma música muito empolgante toca ao fundo. Após o ataque, são exibidos os resultados, ou seja, dano causado e experiência ganha. Ao exterminar todos os inimigos do mapa e/ou seu líder, a batalha é ganha. Não existe outro tipo de condição de vitória em Shining Force.
Há vários tipos de personagens. Guerreiros, como Luke e Gort, que usam espadas curtas ou grandes machados; Arqueiros, como Hans e Diane, capazes de atacar à distância; Magos, como Tao e Anri, fracos na defesa mais capazes de usar magias poderosas e que visam mais de um inimigo; Curandeiros, como Lowe e Khris, que servem de suporte para os outros membros, com magias de cura e de buff; Centauros, que possuem boa mobilidade, boa defesa e capacidade de usar lanças de longo alcance; e diversos outros personagens de classes exclusivas.
Os personagens evoluem com pontos de experiência (XP). A cada 100 pontos obtidos, o personagem ganha um nível. Ao alcançar o nível 10 todos os personagens podem ser promovidos. A promoção faz com que este personagem passe a ser de uma classe mais superior , obtendo uma notável melhora em seu visual e a habilidade de equipar armas mais fortes. Seu nível então é resetado para 1, mas podem continuar evoluindo livremente. O jogador pode ir postergando a promoção por um certo tempo, com o objetivo de fazer com que o personagem fique mais forte após promovido. Mas chega uma hora em que a promoção torna-se obrigatória, pois, sem equipar armas mais potentes, seus ataques causam cada vez menos danos.
O jogo está dividido em 8 capítulos. Conforme o jogador avança, novos integrantes do grupo surgem, alguns obrigatórios, outros secretos. Lá pelo 5º capítulo as batalhas dão um pequeno salto em dificuldade, com inimigos dotados de ataques que causam dano físico e ignoram as defesas. No entanto, seus personagens estarão cada vez mais forte e terão acesso a armas poderosas, que possuem efeitos alternativos quando usados em batalha. O maior exemplo disso é o Heat Axe, poderoso machado obtido no capítulo 4 que, além de causar um considerável dano, pode disparar a magia Blaze algumas vezes. Isso adiciona ainda mais opções de estratégia para as batalhas.
As batalhas ocorrem em ambientes variados. Temos florestas, planícies, desfiladeiros, templos, a bordo de um navio e dentro de cavernas. Vale destacar a última batalha do capítulo 3, onde a Shining Force combate um canhão laser e deve ficar fora de seu alcance quando a contagem regressiva terminar. Isso complica bastante a vida do jogador e adiciona um desafio bacana. Quando Max é derrotado, o jogador imediatamente perde a batalha. Metade de seu dinheiro é perdida, mas toda a experiência acumulada pelos guerreiros no combate permanece. Você é enviado de volta à última cidade em que salvou o jogo e pode retomar o combate. Desta forma, não há tela de Game Over e o jogo acaba sendo relativamente fácil, se comparado a títulos semelhantes como Tactics Ogre e Final Fantasy Tactics.
O enredo de Shining Force têm seu fim após o exército enfrentar Dark Dragon ao fim do 8º capítulo. No entanto, sua continuação direta ocorre não em Shining Force 2, mas sim em Shining Force Gaiden, lançado para Game Gear. O enredo conta eventos que ocorrem 20 anos após a derrota de Dark Dragon e traz de volta alguns personagens clássicos, como Anri, Ken, Lowe e Lug (que na verdade é Luke, pois seu nome foi trocado na versão americana).
Remake
Em 2004 foi lançado pela Atlus um remake para Gameboy Advance, intitulado Shining Force: Resurrection of the Dark Dragon. Nele, algumas mudanças foram feitas, incluindo um nova e expandida trama, contando com três novos personagens. Esta trama segue em parelelo os acontecimentos do jogo e tem suas próprias batalhas. Também há um sistema de cartas para as batalhas, onde o jogador deve recolhê-las durante o jogo e usá-las nas batalhas, por intermédio de um dos novos personagens. Estas cartas fornecem bônus em atributos para membros do exército e até mesmo invocam um 13º guerreiro para a luta. Novas adições para dar um novo fôlego a um sistema hoje simplório demais.
Conclusão
Obviamente Shining Force é um jogo datado. RPGs táticos hoje em dia possuem muito mais profundidade e contam com elementos como gerenciamento de tropas, algo quase nulo aqui. Mas mesmo assim é um jogo muito divertido e do qual nunca me canso. O bacana de jogar várias vezes é que dá pra testar várias combinações diferentes de personagens em seu exército. Portanto, recomendo a todos que curtem o estilo e ainda não jogaram. Também recomendo para quem não conhece RPGs e tem interesse em conhecer, haja vista que este foi o jogo que me introduziu a esse maravilhoso universo. Começou aqui para mim. E pode começar para você também! ;)
pensei que só eu joguei esse jogo!!!
ResponderExcluirdemais, joguei todos os de mega e gear..
Ai que saudades... um dos melhores jogos de todos os tempos...
ResponderExcluirate hoje eu considero o Shining Force II como o melhor roteiro de todos os tempo
ResponderExcluirShining Force é uma série espetacular, pena que cagaram com suas continuações para PS2, ainda tenho esperança que a SEGA faça uma releitura desse clássico para os tempos modernos.
ResponderExcluirO roteiro de SF2 realmente é muito bom. O jogo em si é melhor que o primeiro em vários aspectos. Mas... SF1 ainda guarda um lugar especial no meu coração! xD
ResponderExcluirEu joguei o SF para o PS2 e achei fmz !! não é o estilo de RPG clássico, com um ataque por vez, mas tem bons gráficos e uma boa história.
ResponderExcluireste jogo era muito bom, eu e meu irmão jogamos muito!
ResponderExcluirum abraço, e espero por novas resenhas suas!
valew...
edson, infelizmente nenhum dos SF do PS2 têm realmente haver com o game original, seguindo o estilo RPG/Ação, ao invés de RPG Tático. O que é uma pena...
ResponderExcluirthebronson, valeu cara. Dê uma olhada na resenha de Streets of Rage, que acabei de publicar! xD
Entre os três melhores jogos já lançados!
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