terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Zombie Apocalypse: tiros, tiros e mais tiros

Fala a verdade, o que há de ruim em um game em que você tem que eliminar hordas de zumbis famintos por carne humana? A princípcio nada né? Essa premissa por si só já serve de indicativo para um jogo divertido. Ou ao menos deveria. Conheça a exceção à regra: Zombie Apocalypse.

Vendido por download nas redes do Xbox 360 e do PS3, o jogo, desenvolvido pela experiente Konami, é um arcade bem básico e casual de tiro multidirecional. Trata-se, na verdade, de um spin-off não assumido da série Left 4 Dead, mas com a jogabilidade resgatada de games antigos, como SmashTV e Robotron 2084. Em suma, você passa por fases frenéticas disparando tiros e mais tiros em exércitos de zumbis que simplesmente não param de aparecer.

O jogo começa com uma abertura interessante. Uma música climática que remete ao filme Extermínio e algumas imagens apocalípticas. Após escolher o modo de jogo, você é levado à tela de seleção de personagens/sobreviventes, onde conta com 4 opções: Um médico, uma atleta, um nerd e um militar aposentado. Não há claras diferenças entre eles, sendo a escolha puramente estética. Cada um tem falas e faz gracinhas diferentes ao término de cada fase. Dá pra rir disso. Ao menos no começo.


7 cenários diferentes compõem a jogatina. Temos um aeroporto, um posto de gasolina, um cemitério, um lixão, dentre outros locais. Tais cenários são reciclados direto em cada uma das fases que o jogador tem que encarar, aqui chamadas de dias. Nelas temos que enfrentar hordas de zumbis de vários tipos diferentes: zumbis que vomitam no chão; zumbis que te matam agarrando uma única vez; zumbis que desviam dos seus tiros (Fdps!); vovós zumbis que arremessam facas letais; zumbis grávidas que parem seus filhotinhos, que vêm te atacar, etc. Quando a criatividade dos desenvolvedores acabou, criaram os zumbis radioativos, que nada mais são do que versões mais fortes de todos os zumbis já vistos anteriormente.

Para eliminar seus oponentes, o jogador conta com uma metralhadora padrão, mas pode recolher outras armas no cenário. Temos submetralhadoras, escopetas, lança-chamas, lança-granadas, lança-mísseis e outras. Além delas, cada personagem vem equipado com uma serra elétrica, que pode ser usada contra zumbis em execuções estilosas, que rendem mais pontos, ou simplesmente para abrir caminho em meio à multidão. Temos também, por fim, o toque mais bacana do jogo: o ursinho de pelúcia! Trata-se de um ursinho fofinho e carinhoso recheado de explosivos C-4. Quando arremessado, ele fala coisas bonitinhas como "Qual a sua cor favorita?" ou "Me faça cócegas e terá uma grande surpresa!". Isso fará com que todos os zumbis rumem em direção a ele, o cercando. Até que todos são explodidos. Um bom toque cômico ao jogo, que contrabalanceia toda a sua temática. Para conseguir mais ursinhos, é preciso salvar outros sobreviventes, defendendo-os até a chagada do helicóptero de resgate.

Tudo o que falei acima faz parecer que Zombie Apocalypse é um jogão. Mas não é bem assim. O jogo tem um sério problema: é EXTREMAMENTE repetitivo. No modo de jogo principal é preciso passar por meros 55 dias. No começo parece simples, mas depois de um tempo você percebe que está sempre fazendo as mesmas coisas e matando as mesmas hordas de zumbis, que ficam cada vez maiores. As últimas fases contam com uma quantidade tão absurda deles que você simplesmente vai querer que aquilo acabe logo, tamanha a tortura. Como o jogo possui continues infinitos, o seu maior adversário na verdade vai ser a sua própria paciência. E também irá lutar constantemente com o cansaço, haja vista o ritmo acelerado do jogo. E morrer toda hora vira algo comum e banal.

Enfim, eu não recomendo Zombie Apocalypse. Há algumas qualidades nele, e com certeza um multiplayer torna as coisas mais divertidas. Mas mesmo com uns chefes de fase aqui e acolá, a variedade de desafios é baixa e inversamente proporcional à disposição necessária ao jogador para passar por tudo aquilo. Eu até gosto e jogo muitos jogos repetitivos. Mas Zombie Apocalypse é simplesmente uma exacerbação disso.

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